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Covid-19 mata 5 profissionais e 2 estudantes de Enfermagem em 26 dias e deixa crianças órfãs no DF


Após 161 dias sem óbitos de profissionais e estudantes de Enfermagem em decorrência da Covid-19 no Distrito Federal, a nova cepa da doença voltou a atacar e matou duas estudantes e cinco profissionais de Enfermagem entre 3 e 29 de março de 2021. Todas as vítimas são jovens, com idades entre 24 e 49 anos. A maioria eram pais e mães de família e deixaram filhos pequenos, com idades variando entre 2 e 10 anos.

“Vocês têm ideia do que é perder a mãe com 2 anos de idade? Do que é ser uma criança de 5 anos e receber a notícia que o pai morreu? A dor é infinita. A maioria dessas mortes poderia ser evitada com a vacinação. Infelizmente, ainda temos milhares de profissionais e estudantes na linha de frente sem acesso à vacina”, lamenta o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Dr. Elissandro Noronha.

Entre os 21 profissionais e 2 estudantes de Enfermagem que perderam a vida para o novo coronavírus em Brasília até agora, 15 são mulheres e a maioria tinha filhos pequenos. O Coren-DF já pediu e cobrou a vacinação de todos os profissionais da área inúmeras vezes à Secretaria de Saúde, mas o governo afirma que há outros grupos prioritários e que não há como atender a todos neste momento.

“Isso é absurdo. É lógico que os jovens são menos suscetíveis à infecção do que os idosos, mas quem atua na linha de frente está exposto a uma carga viral altíssima e, além de morrer, pode levar a doença para casa, favorecendo a contaminação de outros idosos. Portanto, não há público mais prioritário e urgente do que a Enfermagem, que fica 24 horas na beira do leito”, defende Noronha.

A vacinação dos profissionais de saúde que atuam na rede privada começou, mas caminha a passos lentos. Enquanto isso, mais de 700 alunos continuam fazendo estágio totalmente expostos ao vírus.