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No posto de vacinação, a autoridade é o profissional de saúde

Desde que o Governo do Distrito Federal (GDF) determinou que as sobras de vacinas contra a Covid-19 devem ser aplicadas em membros das forças de segurança, profissionais de saúde relatam episódios de intimidação, assédio e agressividade por parte de integrantes da Polícia Militar e da Polícia Civil do Distrito Federal (PMDF e PCDF). Sem o menor pudor, policiais estão querendo forçar a aplicação de vacinas fora dos protocolos estabelecidos pela Secretaria de Saúde. O relato de uma profissional de Enfermagem neste sábado mostra a gravidade da situação:

“Eu nunca pensei que fosse ser assediada e ameaçada pelos próprios policiais. Eles vêm armados, gritando e cheios de razão, com sete pedras na mão, como se nós fôssemos responsáveis pela escassez de vacinas. Chegou a um ponto que pedi para me prenderem, pois já não aguentava mais ouvir o que eles estavam falando. Eles disseram que não iam me prender, mas que me denunciariam na ouvidoria e que eu arcaria com as consequências. Estou um caco psicologicamente. Não sei mais quanto tempo vamos suportar essa história de doses remanescentes”, relatou uma enfermeira ao Coren-DF.

Evidentemente, concordamos que a PCDF e a PMDF fazem parte do grupo de risco e devem ser vacinadas. Entretanto, não há vacinas para toda a população neste momento e, inclusive, vale registrar que aproximadamente 25 mil profissionais de saúde, que atuam na linha de frente, ainda estão sem vacina também. Portanto, não há como admitir vitimismo, demagogia e defesa de privilégios por parte de nenhuma corporação, seja civil ou militar.

Importante registrar que, independentemente da patente de quem comete autoria, o desacato a profissional de Enfermagem no exercício de suas funções é crime, com pena de até dois anos de detenção (CP Art. 331).

No posto de vacinação, a autoridade são os profissionais de saúde. Portanto, se qualquer vacinadora ou vacinador for ameaçado ou intimidado, deve registrar a situação por meio de áudios, fotos e vídeos e encaminhar ao Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), para a tomada de previdências cabíveis.

Respeitem a Enfermagem. Chega de abuso de autoridade. Não vamos admitir desacatos.