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Profissionais da Enfermagem do HRC estão no limite e pedem socorro

Desde o início da pandemia, o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) fiscalizou o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) cinco vezes, a última delas nesta segunda-feira (17). Em todas as apurações, a constatação foi a mesma: falta profissionais e sobra pacientes. Mas, agora, a situação ficou ainda pior, pois o hospital restabeleceu o atendimento a outras especialidades, sem fazer qualquer aporte significativo de recursos humanos para suportar o aumento da demanda por atendimento.

Profissionais que estão sendo contratados temporariamente para ajudar a equipe não ficam por muito tempo, pois a situação é crítica e os salários são muito baixos. A rotatividade é grande e causa ainda mais problemas. De acordo as nossas apurações, cada técnico de enfermagem no HRC cuida de pelo menos 8 pacientes e cada enfermeiro está responsável por até 20 pacientes. Segundo a orientação do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), esse coeficiente deveria ser de, no mínimo, 8 enfermeiros e 17 técnicos com jornada de 40 horas semanais para cada 20 leitos.

“Já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Fiscalizamos as denúncias, apontamos as irregularidades, notificamos os responsáveis, expusemos a situação na imprensa e acionamos o Ministério Público. Também realizamos a doação de EPIs para os profissionais do HRC. Esperamos que o GDF faça as contratações necessárias, pois os servidores estão em uma situação desumana, os pacientes estão sem a assistência necessária e o hospital está à beira o colapso”, revela o presidente do Coren-DF, Dr. Marcos Wesley.

Em entrevista ao Metrópoles, o secretário do Coren-DF, Dr. Tiago Pessoa, disse ter acompanhado três fiscalizações no HRC e confirmou a sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde. “Já notificamos a Secretaria de Saúde, mas eles ignoram”, lamentou.

Além de notificar o responsável técnico e o diretor do HRC, segundo o procurador jurídico do Coren-DF, Dr. Jonathan Rodrigues, o conselho acionou o MPDFT e o MPT sobre o baixo dimensionamento de profissionais de Enfermagem e o fornecimento irregular dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Em caso de irregularidades, pedimos que os profissionais continuem a nos reportar as denúncias, pois vamos continuar investigando e tomando todas as providências que tiverem ao nosso alcance para ajudar a resolver a situação”, indica a gerente de fiscalização do Coren-DF, Dra. Sheila Costa.