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“Mundo se volta para valorização das enfermeiras e parteiras”

“Este ano, o mundo se volta para a valorização e o empoderamento das enfermeiras e parteiras, porque é nossa a responsabilidade pelo primeiro contato do ser humano na Terra. Para isso, a gente tem que estar humanizada, para que seja de forma segura, com qualidade e também com respeito”. A fala, da presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI), Tatiana Melo, faz referência ao decreto da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estabeleceu 2020 como o ano da enfermeira e da parteira.

Tatiana Melo se profissionalizou em enfermagem obstétrica após trabalhar em uma maternidade em Teresina. Ela se formou na quarta turma de enfermagem obstétrica do Piauí. Na época, haviam apenas 40 profissionais da área, hoje o número passa de 200 especialistas no Estado.

“O Piauí é o estado com maior número de pacientes que realizam parto normal, que é onde a enfermeira obstétrica atua de forma autônoma, não tem médico, só o enfermeiro obstétrico, técnico e o auxiliar de enfermagem que prestam assistência no parto normal de baixo risco. Com a presença da equipe, tem humanização e trabalhamos no alívio não farmacólogo da dor e isso faz com que a população volte a ter vontade de parir”, explica Tatiana Melo.

De acordo com a OMS, somente a área de obstetrícia pode evitar mais de 80% de todas as mortes de mães, natimortos e recém-nascidos. A Organização alerta ainda que é preciso ter mais 9 milhões de enfermeiros e parteiras para ter uma cobertura universal de saúde até 2030.

Essas enfermeiras e parteiras são a maioria profissionais do sexo feminino que trabalham nos setores sociais e de saúde. No Piauí, segundo o Coren-PI, existem 25.706 profissionais de enfermagem do sexo feminino, entre enfermeiras, técnicas e auxiliares. Quando se acrescenta os homens, este número chega a 29.099.

“O total de profissionais no Estado já é o suficiente para termos uma melhor assistência ao parto. A questão é que esses profissionais ficam, a maioria, nas capitais e essa é a realidade de todo o Brasil. Isso dificulta a assistência no interior do país. Tem enfermeiro que passa dois ou três dias nas cidades e volta para Teresina, mas precisamos que no município tenha enfermeiro 24h. Em 2019, fizemos algumas visitas e identificamos que 83 instituições estavam sem assistência 24h”, fala Tatiana Melo.