Força-tarefa fiscaliza Hospital de Campanha do Mané Garrincha

Dos 20 leitos de suporte avançado, 18 estão ocupados. Enfermaria tem 173 leitos livres

26.05.2020


Preparado para servir como retaguarda do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), o Hospital de Campanha do Estádio Nacional Mané Garrincha começou a funcionar há uma semana e recebeu os primeiros pacientes na última sexta-feira (22). Hoje, quatro dias depois (26), a unidade foi fiscalizada pela Ação Conjunta Covid-19, força-tarefa que é formada pelo Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), SindEnfermeiro-DF e mais seis entidades.

“O objetivo do hospital de campanha é receber pacientes de menor complexidade, para liberar os leitos de maior complexidade nos hospitais de referência para Covid-19. Dos 20 leitos de suporte avançado, 18 estão ocupados por pacientes com diagnóstico confirmado do novo coronavírus. A unidade ainda conta com 173 leitos de enfermaria e 4 leitos de emergência, que ainda estão desocupados”, observou o secretário do Coren-DF, Dr. Tiago Pessoa.

Teoricamente, o dimensionamento da equipe de Enfermagem atende a expectativa da demanda de pacientes. A proporção é de 1 técnico para até 2 pacientes e de 1 enfermeiro para até 5 pacientes. Atualmente, a equipe conta com 16 enfermeiros e 72 técnicos contratados. Há reserva técnica para substituição, caso necessário. No momento da fiscalização, não foi possível identificar se há déficit de profissionais, pois a estrutura ainda não está em pleno funcionamento. O cálculo de dimensionamento de pessoal não foi apresentado.

O Hospital de Campanha segue o plano de contingência do HRAN. A fiscalização identificou a regularidade dos fluxos de atendimento, protocolos e Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), bem como do fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de qualificação específica para toda a equipe que atua na linha de frente do combate à pandemia. As máscaras N95 estão sendo reutilizadas por 7 dias. A estrutura conta com pias, sabonete líquido, papel toalha e álcool gel em boa disposição.

A coleta para exames é feita por enfermeiros. Ainda não houve treinamento específico para essa finalidade. Entretanto, a capacitação consta no cronograma e deve ser oferecido antes que o hospital entre em pleno funcionamento. Para prevenir o contágio entre os profissionais, a unidade está realizando a testagem dos profissionais sintomáticos. Uma enfermeira apresentou sintomas e foi afastada por 14 dias. Ao final da fiscalização, a supervisora de Enfermagem, Dra. Renata Costa, comunicou que mais dois enfermeiros do período noturno haviam comunicado sintomas, seriam testados e afastados, caso necessário.


“Vamos manter um cronograma intenso de fiscalizações para verificar as condições de funcionamento e as denúncias de irregularidades que vão surgindo durante a pandemia. Nosso objetivo é proteger a saúde da população e a integridade dos profissionais, que estão na linha de frente e também precisam de cuidado”, assegura o presidente do Coren-DF, Dr. Marcos Wesley. Além do Conselho de Enfermagem e do SindEnfermeiro-DF, a força-tarefa que fiscalizou o Hospital de Campanha teve a participação da ABEn-DF, OAB-DF, CRP-DF, Conselho Regional de Saúde de Brasília, Comissão de Saúde do DF e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF. As entidades vão produzir relatórios circunstanciados e encaminhar às autoridades competentes.