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OPAS/OMS divulga guias para ajudar gestores e profissionais de saúde a reduzirem mortes maternas por hemorragia

A hemorragia no pós-parto é uma das maiores causas de mortes de mães na região das Américas. Por isso, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) implantou no Brasil, em 2015, a estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia, em parceria com o Ministério da Saúde do país. Recentemente, o organismo internacional também disponibilizou dois guias para gestores e profissionais de saúde, com orientações sobre como reduzir o número de mortes maternas por perda de sangue.

Um deles é o Manual de orientação para o curso de prevenção e manejo obstétrico da hemorragia: Zero Morte Materna por Hemorragia. Feito em conjunto com o governo brasileiro, o documento aponta que o Brasil ainda possui regiões com altas taxas de morte materna, chegando a 300 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. “As hemorragias podem acontecer de uma maneira imprevista durante um parto, uma cesárea. Mas há muitos recursos que podem ser usados para evitar isso”, destaca Suzanne Serruya, diretora do Centro Latino-Americano para Perinatologia – Saúde das Mulheres e Reprodutiva (CLAP/SMR).

Entre os recursos, está o uso do TAN (Traje Anti Choque Não Pneumático). Conforme apresentado no Manual, essa ferramenta permite controlar o sangramento temporariamente, o que ajuda a aumentar a sobrevida das mulheres enquanto aguardam procedimentos ou transferência para uma unidade de saúde de referência.

Já a segunda publicação, intitulada Recomendações assistenciais para a prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica, foi elaborada em parceria com o Ministério da Saúde brasileiro para mobilizar gestores e profissionais de saúde e acelerar a redução da morbimortalidade no país. Esse guia também destaca a importância de empoderar as mulheres para que elas tenham seus direitos e preferências respeitados.

Segundo Haydee Padilla, coordenadora de Família, Gênero e Curso de Vida do escritório da OPAS/OMS no Brasil, um dos principais eixos é fortalecer as capacidades dos profissionais da área da saúde em habilidades para controle das emergências obstétricas hemorrágicas. “Complicações graves requerem a atenção de profissionais bem treinados e, para atingir esse objetivo, apoiamos o fortalecimento dos serviços de saúde, a eliminação das barreiras ao acesso e a garantia de disponibilidade de medicamentos essenciais e sangue seguro para transfusões”, explica.

A OPAS/OMS e o Ministério da Saúde do Brasil também organizam uma série de oficinas de capacitação de profissionais por meio da estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia. Até o momento, sete estados já foram contemplados: Tocantins (80 profissionais capacitados), Maranhão (75), São Paulo (220), Pará (125), Minas Gerais (220), Ceará (300) e Bahia (288).

Américas
A taxa de mortalidade materna tem diminuído significativamente na Região das Américas – de 62,4% para cada 100 mil nascidos vivos em 2007 para 46,8% para cada 100 mil nascidos vivos em 2016.

Para reduzir ainda mais esses índices, a OPAS/OMS mobiliza, por meio da estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia, governos, sociedade civil e comunidades em locais em que a hemorragia obstétrica está entre as principais causas de óbitos de mães. A iniciativa envolve um conjunto de ações para acelerar a redução da morbimortalidade materna grave, tendo como linhas de ação o acesso e cobertura de saúde; sistemas de informação; comunicação e intervenções para equipes de saúde.

Essa estratégia é desenvolvida na Bolívia, Brasil, Guatemala, Haiti, Peru e República Dominicana.