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Nota técnica orienta quanto ao uso de penicilina na atenção básica

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou, no último dia 21 de junho, nota técnica sobre a administração, nas unidades básicas de saúde (UBS), de penicilina benzatina, utilizada no tratamento da sífilis. O documento esclarece que a medicação pode ser aplicada por profissionais de enfermagem, mediante prescrição médica ou de enfermagem, e que a ausência do médico não impede o procedimento.

A nota ressalta também que, apesar da ocorrência de eventos adversos que preocupam os profissionais de saúde, como reação anafilática, há uma série de estudos nacionais e internacionais que demonstram que as reações adversas geralmente referem-se a distúrbios neurovegetativos ou reações vasovagais devido ao medo da sensação dolorosa na administração dos medicamentos parenterais.

As pesquisas mencionadas demonstram que menos de 0,3% dos pacientes apresenta reações anafiláticas graves; já a frequência de hipersensibilidade varia de 0,7% a 10% das pessoas tratadas com penicilina. “De uma forma geral, aproximadamente 10% dos pacientes hospitalizados referem história de alergia a estes medicamentos, no entanto, quando é feita análise desses casos, a maioria foi incorretamente diagnosticada”, complementa a nota técnica.

O Ministério da Saúde determina, por meio da Portaria nº 3.161/2011, que a penicilina seja administrada em todas as unidades básicas de saúde pelos profissionais de saúde (auxiliar e técnico de enfermagem, enfermeiro, médico e farmacêutico). Por essa razão, o documento do Cofen reforça que a aplicação do medicamento é segura, desde que a equipe siga os protocolos de identificação precoce nos casos suspeitos de anafilaxia (reação alérgica aguda e grave), de tratamento imediato e encaminhamento para unidades de referência. Além disso, a penicilina pode ser prescrita pelo enfermeiro, conforme protocolos do Ministério da Saúde, secretarias de saúde municipais ou estaduais ou em rotina aprovada pela instituição de saúde.

 

Tratamento de sífilis

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Trepomena pallidum, e é um grave problema de saúde pública no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2014 e 2015, a sífilis congênita (transmitida de mãe para filho) teve aumento de 19%. Já a sífilis adquirida cresceu 32,7% e a sífilis em gestantes, 20,9%.

Os sintomas começam por feridas que não doem ou ardem e que cicatrizam espontaneamente. Posteriormente, surgem manchas no corpo, na palma das mãos e planta dos pés. Entre dois e 40 anos após o início da infecção, aparecem lesões cutâneas, cardiovasculares e neurológicas, que podem levar à morte.

Nas gestantes, a doença pode causar aborto, parto prematuro e levar à sífilis congênita, que pode afetar o bebê e ocasionar surdez neurológica, cegueira, retardo do desenvolvimento, malformações, entre outros problemas, até a morte da criança. “Penicilina benzatina é o tratamento de primeira escolha para sífilis e é amplamente utilizada na prática clínica”, frisa a nota técnica. Durante a gestação, o uso do medicamento impede a transmissão da doença para o feto. A criança que nasce com a infecção necessita de ser tratada por 10 dias; o adulto é tratado com doses de acordo com o estágio da doença.

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